Compositor: Não Disponível
Sob o olhar encantado da Lua
Quatro sombras dançavam no labirinto da penumbra
Sussurros chamavam da árvore oca
Uma canção de ninar em tom menor
O vento cessou, o chão suspirou
Uma lágrima prateada do céu caiu
Um a um, eles desceram
Num sonho onde estrelas não brilham
Na sinfonia das crianças perdidas
Notas se desfazem onde o tempo se afina
Aconchegadas no silêncio de veludo
Vagam pelo vento que ecoa mudo
Presas em luz que ninguém vê
Cantam canções do que já foi, de um porquê
Encontraram um mundo de crepúsculo eterno
Onde os relógios respiram poeira e espelhos apodrecem
Um reino de vidro e chamas emplumadas
Onde ninguém diz o nome que lhe foi dado
Um carrossel de graça sombria
Suas risadas congeladas na melodia
As árvores guardam cada som–
Dos pezinhos que deixaram o chão
Na sinfonia das crianças perdidas
Notas se desfazem onde o tempo se afina
Aconchegadas no silêncio de veludo
Vagam pelo vento que ecoa mudo
Presas em luz que ninguém vê
Cantam canções do que já foi, de um porquê
Uma fita flutua no ar carmesim
Uma caixinha de música toca o fim
Sem pegadas no orvalho da manhã
Apenas histórias que a luz das estrelas jura ser sã
Ecos vagam pelas árvores prateadas
Murmurando cantigas ancestrais nas madrugadas
O tempo dorme sob o olhar do salgueiro
Enquanto os sonhos se dissolvem num nevoeiro
Sob o véu onde as sombras florescem
Eles cantam berços que esquecem
Dedos alcançam a luz quebrada
Ansiando pelo calor da noite encantada
Na sinfonia das crianças perdidas
Notas se desfazem onde o tempo se afina
Aconchegadas no silêncio de veludo
Vagam pelo vento que ecoa mudo
Presas em luz que ninguém vê
Cantam canções do que já foi, de um porquê
Na sinfonia das crianças perdidas
A esperança veste pele de porcelana fina
Suas vozes ecoam por frestas do silêncio
Um hino assombrado do mais íntimo início
Presas em sonhos e mistério sem fim
Vivem em notas, eternamente assim
Se ouvi-los enquanto dorme
Não se aproxime do salgueiro que chora